quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Dislexia: distúrbio de aprendizagem



Dislexia: distúrbio de aprendizagem






• Professor José Romero Nobre de Carvalho é Diretor Geral do COC Maceió. Graduado e Pós-Graduado em História e MBA em Administração de Marketing. Tem 28 anos de experiência em Educação e é membro da ABD-SP (Associação Brasileira de Dislexia).


Fonte: http://www.jornal.coc.com.br/default.aspx?idsite=95&idmateria=29114




A Dislexia deve ser entendida como um distúrbio específico de aprendizagem relacionado à aquisição da escrita e da leitura. Esse distúrbio tem sido foco de estudo nas Ciências Médicas, na Psicologia e na área da Educação. No século XIX esse distúrbio de aprendizagem era tido como caso clínico. No século XX, no entanto, é outra a perspectiva acerca da questão do portador de Dislexia. A visão atual é mais abrangente ainda e ganha outro sentido. Essa síndrome é vista hoje sob diversos aspectos e de origem multicasual. Há uma abertura para o entendimento do quadro de Dislexia.
O distúrbio específico de leitura ou Dislexia é definido clinicamente como um distúrbio neurológico de origem congênita que acomete crianças com potencial intelectual normal, sem déficits sensoriais, com suposta instrução apropriada, mas que não conseguem adquirir ou desempenhar satisfatoriamente a habilidade para a leitura e/ou escrita. (GIACHOTI e CAPELLINI, 2000, p.45). É isso! O portador dessa síndrome, embora intelectualmente preservado, não adquire a leitura e a escrita satisfatoriamente. Entende-se que existem graus de Dislexia e a partir deles os especialistas estabelecem classificações. Um diagnóstico mais completo se dá com o auxílio de profissionais de diversas áreas, como o neurologista, oftalmologista, psicólogo e fonoaudiólogo. Os aspectos investigados pelo psicólogo serão associados aos dos demais profissionais.
A Associação Brasileira de Dislexia (ABD) afirma que a faixa etária predominante de disléxicos diagnosticados hoje no país é de 7 a 12 anos. Eles têm muita dificuldade em lidar com o código linguístico, como ler, compreender o que se leem e também escrever.
O Professor Mario Ângelo Braggio, diretor consultivo de relações escolares da ABD, explica que o disléxico é um aluno inteligente, que enxerga e lê, sendo que na maioria das vezes apresenta dificuldade de concentração. Veja que o disléxico é inteligente e, até, em alguns casos, genial. Einstein é um exemplo disso. Um gênio que aprendeu de maneira diferente dos outros.
O portador de Dislexia pode apresentar a DISGRAFIA (inabilidade ou atraso no desenvolvimento da linguagem escrita), a DISCALCULIA (dificuldade com a linguagem matemática), Deficiência de Atenção (dificuldade de concentração), Hiperatividade (comportamento impulsivo), Hipoatividade (atividade psicomotora com reação lenta a qualquer estímulo). A partir dos 7 anos de idade a criança disléxica pode apresentar: lentidão ao fazer as tarefas, cópia com letra bonita, mas com baixa compreensão do texto, invenção ou omissão de palavras na hora da leitura, pode trocar ou inverter a ordem e a direção de letras e sílabas, esquecer aquilo que aprendeu facilmente, desligar-se facilmente, apresentar baixa auto-estima, não gostar de ir à escola, mudanças bruscas de humor, impulsividade, dificuldades visuais (mesmo que exames não apontem nada), saber contar, mas apresentar dificuldades com as operações, sendo extremamente desordenado, pré-disposição a alergias e às doenças infecciosas, muita sensibilidade e emotividade.
A Dislexia não deve ser motivo de vergonha para crianças ou para os seus pais. Dislexia não significa falta de inteligência e não será empecilho para a vida acadêmica e profissional do portador. Quando tratada, não implica em falta de sucesso no futuro. Thomas Edison, Tom Cruise, Walt Disney e Agatha Christie são também disléxicos, o que sustenta a tese de que não há limitação, quando se dá a devida atenção ao caso.
Os educadores estão preparados para identificar os distúrbios de aprendizagem. Na rotina escolar, no dia a dia da escola é possível a observação das diversas manifestações que indicam necessidade de ajuda. Em casa, a família deve observar suas crianças e buscar junto à escola e a profissionais competentes auxílio em caso de suspeita.
No mais, fiquem tranquilos. Queremos com esse breve artigo sinalizar que aqui no COC estamos atentos às necessidades de nossos alunos.



Fonte bibliográfica:

1) GIACHETI, Célia Maria e CAPELLINI, Simone Aparecida. Distúrbio de Aprendizagem: audição programas de remediação. São Paulo, Frôntis Editorial, 2000.

2) Livro do 6° Simpósio Nacional sobre Distúrbios de Aprendizagem – “Encontro Paulista de Fonoaudiologia, Psicopedagogia e Psicologia” – São Paulo, 2000.

3) Temas em Educação II – Livro das Jornadas 2003. Publicoc, Ribeirão Preto, 2003.